Iniciação Científica Concluída
Reforma psiquiátrica e emergência psiquiátrica
Pesquisadora: Roselania Francisconi Borges
Período: 2009 - 2010
Acadêmicas: Amanda Miranda Tupiná e Juliana Almeida Costa
Resumo: A Reforma Psiquiátrica é um movimento social que está em andamento no Brasil desde o final da década de 1970. Tem como objetivo construir um novo estatuto social para a pessoa que sofre psiquicamente, substituindo os hospitais psiquiátricos por uma rede de atendimento extra-hospitalar. Para efetivar positivamente essa substituição, pretende-se ainda dar total assistência ao portador de transtorno mental sem que ele perca, muitas vezes, o convívio em sociedade. O Serviço de Emergência Psiquiátrica é um desses serviços extra-hospitalares que está incluído nessa rede. Este serviço trabalha para tirar o paciente da crise, sem que ele precise ser internado em hospitais psiquiátricos. Porém, o que se constata é que não existem ainda muito desses serviços no país e os poucos que existem nem sempre trabalham da forma apregoada pela legislação.
Reforma psiquiátrica e leitos psiquiátricos em hospital geral
Pesquisadora: Roselania Francisconi Borges
Período: 2009 - 2010
Acadêmicas: Gabriela Alfredo Tomazella e Tamara Natacia Ferrari Mulari
Resumo: A reforma psiquiátrica teve início no Brasil na década de 1970. É um movimento que propõe, entre outras práticas, a substituição das longas internações em hospitais psiquiátricos por outras formas de cuidados através da construção de uma rede extra-hospitalar integrada de atenção em saúde mental. Dentre os dispositivos dessa nova rede estão os leitos de internação em hospitais gerais. O objetivo destes é oferecer um suporte ao paciente em situação de crise quando os demais equipamentos da rede extra-hospitalar não forem suficientes para lhe atender. Esse serviço encontra muitas dificuldades quanto a sua implantação, seja por questões financeiras, pela falta de preparação por parte dos profissionais, pelo preconceito, entre outras. Porém, em geral quando ocorre sua implantação esta acaba tendo uma “aceitação” significativa, pois representa um grande esforço na inversão do modelo de atenção ao portador de transtorno mental e na promoção de um processo de inserção social.
A infância sob a tutela do Estado: alguns apontamentos
Pesquisadora: Maria Lucia Boarini
Período: 2008 - 2009
Acadêmica: Carolini Cássia Cunha
Resumo: Este artigo traduz o resultado de um estudo cujo objetivo foi investigar a presença, ou não, de influências do ideário da eugenia e higiene mental nas políticas públicas dirigidas à infância. Para alcançar este objetivo, tomamos, como fonte principal, parte da legislação federal que institui a forma de atendimento à infância no Brasil, a saber: o Código de Menores de 1927, primeira legislação que trata exclusivamente da infância, e o Código de Menores de 1979. Consultamos também periódicos e documentos da época, reveladores das contradições do período e a forma de enfrentamento das mesmas. A leitura atenta e rigorosa do material consultado indica pontos de convergência parcial entre o caminho proposto pelas legislações em tela e o ideário supracitado, com ênfase no uso de práticas de exclusão, individualização e personalização de problemas de caráter social.
Higiene mental e eugenia: o ideário da modernidade
Pesquisadora: Lilian Denise Mai
Período: 05/2008 - 04/2009
Acadêmica: Naylara Bacon (Iniciação Científica Junior – IC-Junior)
Resumo: Trata-se de um estudo sobre as biotecnologias reprodutivas humanas, à luz de referenciais eugenistas e bioéticos, cujo objetivo foi analisar o debate em torno dessa temática, especialmente as expectativas expressas por sujeitos de diferentes áreas do conhecimento frente aos avanços técnico-científicos nessa área. Metodologicamente, após várias buscas e leituras sobre textos e artigos de eugenia e de biotecnologias reprodutivas, foram eleitas duas fontes de pesquisa, a revista Veja e o periódico online Prontuário de Notícias. Estes dois veículos de comunicação foram investigados integralmente no período de janeiro a junho de 2008, sendo selecionados os textos na etapa de coleta de dados. A próxima etapa dos trabalhos foi a análise dos dados que, mediante a Análise de Conteúdo, modalidade temática, resultou na construção de algumas categorias empíricas, especialmente no tocante à revista Veja, tendo em vista que quanto ao Prontuário de Notícias foi possível apenas alcançar uma classificação temática dos textos. Mesmo que parcialmente, é possível compreender o atual momento e os encaminhamentos que a própria sociedade tem dado ou demanda frente aos incríveis avanços no campo biotecnológico da reprodução humana, inclusive com sinalização de receio de futuras práticas eugenistas associadas a eles.
Saúde mental, higienismo, legislação
Pesquisadora: Maria Lucia Boarini
Período: 2007 - 2008
Acadêmica: Talita Pedroso Sega
Resumo: O objetivo deste estudo é conhecer e contextualizar historicamente a Legislação Federal do Brasil que orienta o atendimento ao portador de transtorno mental no período entre 1841 e 2001. Buscamos, ainda, identificar o caráter higienista que subsiste a letra da lei. Para tanto realizamos uma pesquisa bibliográfica, sob a perspectiva histórico-social. No período estudado foram cinco leis aprovadas e promulgadas em nível federal, estando em vigência a Lei 10.216 de 2001. Em todas elas são explicitas as mudanças que vão acontecendo à luz dos acontecimentos de cada época. Entretanto, este tempo transcorrido não foi o suficiente para alterar a percepção da sociedade em relação aos mitos em torno do transtorno mental. A idéia de que “louco deve ser internado” ainda se mantém viva entre nós. E assim o hospital psiquiátrico, como medida de higiene mental, e apesar da sua ineficácia mantém-se até por força de lei.
Discursos higienistas sobre a forma física
Pesquisadora: Maria Lucia Boarini
Período: 2006 - 2007
Acadêmica: Grazielli Mendes
Resumo: Em nossos dias constatamos com freqüência o culto a forma física através da mídia e demais formas de comunicação. Partimos do pressuposto de que as idéias são construções históricas, geradas a partir das necessidades sociais da época. Neste sentido buscamos compreender a construção histórica da forma de pensar o corpo, vigente na atualidade. Na recuperação da historia, constatamos que o movimento higienista, no inicio do século XX, através da Liga Brasileira de Higiene Mental, foi propagador de idéias relativas à higiene e o cuidado com o corpo. Para tanto circunscrevemos o presente estudo às idéias contidas nos Archivos Brasileiros de Hygiene Mental, principal veiculo de divulgação desta instituição, publicados no período de 1925 a 1947. Constatamos que a saúde tanto física quanto mental esteve presente no discurso higienista com o propósito de transformar o Brasil em um grande nação, nos moldes europeus e, na vertente eugenista, enquanto preocupação com o aperfeiçoamento da raça.
O estudo das biotecnologias reprodutivas e suas implicações ético-eugenistas nas graduações em saúde pesquisadora: Lilian Denise Mai
Período: 08/2006 - 07/2007
Acadêmicas: Aline Kosofski Ferreira e Ana Claudia Yassuko Murasski
Resumo: A cada dia a ciência evolui mais rapidamente. Nesse sentido, o século XXI segue como o grande momento das descobertas em Engenharia Genética, dentre elas, as novas biotecnologias em reprodução humana. Além dos benefícios que essa “nova ciência” traz, há de se pensar sobre as implicações de caráter ético-eugenistas que ela comporta. O presente trabalho de pesquisa analisou a forma como tem se dado o estudo e a reflexão sobre as novas biotecnologias em reprodução humana e suas implicações ético-eugenistas nos cursos de graduação em saúde. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, foram realizadas entrevistas com 26 alunos formandos dos cursos de graduação em Enfermagem, Medicina, Odontologia, Ciências Biológicas, Educação Física, Farmácia e Psicologia. Os dados apontaram para a necessidade de ampla e profunda discussão e reflexão sobre o assunto, enfatizando todos os seus aspectos, visto que o conhecimento demonstrado baseia-se no senso comum, o que é insatisfatório, pois isto fará parte do cotidiano profissional desses alunos.
Educação, higienismo e psicologia: alguns apontamentos
Pesquisadora: Maria Lucia Boarini
Período: 2005 - 2006
Acadêmica: Gizelli Mendes
Resumo: Este estudo teve como objetivo investigar as influências do movimento da higiene mental - nas instituições de ensino primário das primeiras décadas do século XX. Partindo das atuais preocupações com a melhoria da qualidade de ensino fundamental da rede publica no Brasil buscamos compreender as raízes do modelo atual de educação. A metodologia de estudo adotada foi a pesquisa bibliográfica e as interpretações realizadas inspirou-se na vertente do materialismo histórico. Para atender as necessidades sociais da época os higienistas se propuseram e de fato fizeram intervenções na escola primaria (antiga denominação do Ensino Fundamental atual). Suas ações tinham como objetivo, dentre outros, transformar a escola no espaço da ordem e da disciplina, com o seu tempo e espaço perfeitamente planejado, diferenciando-a do espaço doméstico, pois este último era, na visão dos higienistas, inadequado para suas propostas de civilizar o brasileiro a partir da infância.
Higiene mental e manicômios no Brasil
Pesquisadora: Maria Lucia Boarini
Período: 2005 - 2006
Acadêmica: Kelly Cristina Parpinelli
Resumo: Investigar as influências do ideário da higiene mental na defesa e manutenção dos hospitais psiquiátricos no Brasil, nas primeiras décadas do século XX, é o objetivo deste estudo. A ênfase neste período deve-se a a intensificação da criação destas instituições, valorizadas pelos médicos higienistas.De caráter bibliográfico, privilegiando fontes primárias, concluímos que sem levar em conta as singularidades e as dificuldades sociais da pessoa com transtorno mental, porém, é necessário sublinhar, sem o conhecimento e os recursos da farmacologia da atualidade a exclusão da pessoa portadora de transtorno mental era entendida como uma necessidade social. Justificativa que não se sustenta mais em nossos dias.
Biotecnologias e suas implicações ético-eugenistas
Pesquisadora: Lilian Denise Mai
Período: 08/2005 - 07/2006
Acadêmica: Aline Kosofski Ferreira
Resumo: O trabalho constitui-se de um estudo qualitativo, objetivando analisar aspectos ético-eugenistas relacionados ao desenvolvimento biotecnológico em reprodução humana e o modo de aproximação dos profissionais de saúde ao assunto. Foram analisados 67 textos, mediante a Análise de Conteúdo, modalidade temática. Destacaram-se quatro biotecnologias: Clonagem, Reação em Cadeia da Polimerase, Terapia Gênica e Screening Genético. Verifica-se que a ênfase dada por profissionais da saúde centra-se no enfoque biológico, conceitos, usos e gastos ligados às biotecnologias; autores das áreas humanas evidenciam implicações ético-eugenistas; a reprodução humana está sendo tratada como um processo industrial, em que o embrião é o produto e os pais os compradores; há lacunas legais sobre a matéria. Sugere-se estimular ampla formação e discussão sobre o assunto, visto que, além dos benefícios, os atuais avanços despertam muitos dilemas ético-eugenistas, não tão facilmente perceptíveis no cotidiano profissional e na sociedade em geral.