Demandas higienistas no século XX: aspectos histórico-educacionais
Acadêmico: Marcos Maestri
Orientadora: Maria Lucia Boarini
Ano: 2000
Resumo: Nosso objetivo, nesse estudo, é descrever o "programma de Hygiene Mental e Eugenetica", no que tange as "campanhas anti-alcoolicas", encaminhadas pela Liga Brasileira de Hygiene Mental (LBHM), especialmente, as desenvolvidas nas escolas, para "combater a degeneração nervosa e mental nos indivíduos normais" no período entre as décadas de 20 e 30 do século XX, no Brasil. Além disso, o trabalho pretende demonstrar que a necessidade do "programma de Hygiene Mental e Eugenetica", desenvolvido pela LBHM, foi fruto da prática social dos homens, que naquele período acontecia a transição do trabalho escravo para o trabalho livre e a transformação da sociedade rural-agrária para a sociedade urbano-industrial. Estas transformações não estavam desvinculadas das questões de ordem internacional, como o avanço do imperialismo, do conflito da I Guerra Mundial e do desenvolvimento das ciências biológicas e sociais, dentre outros fatores. A transição para a nova sociedade urbano-industrial gerou necessidades que promoveram o surgimento de vários movimentos e entidades sócio-políticos, dentre eles, a LBHM. Vários trabalhos foram propostos e desenvolvidos pela LBHM no sentido de conter "a degeneração nervosa e mental nos indivíduos normais", decorrentes das mazelas sociais. Dentre estes trabalhos, selecionamos as "campanhas anti-alcoolicas", desenvolvidas principalmente nas escolas. A descrição tem como fonte primária os Archivos Brasileiros de Hygiene Mental (ABHM), periódico oficial de divulgação das idéias e ideais da LBHM. Enfim, o tempo passado indica que, apesar do empenho e da tenacidade demonstrados pelos membros da LBHM, os problemas ocorridos pelo consumo de bebidas alcoólicas não podem ser compreendidos e enfrentados apenas como uma questão individual, que pode ser evitada por campanhas realizadas sobretudo no âmbito escolar.